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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Textos do mestre da Pedagogia Paulo Freire!!

Em uma educação problematizadora, não se transfere, mas sim se compartilha experiências. Por mais que o sistema capitalista e neoliberal queira fazer da massa ‘massa-máquina’ não o somos! Somos homo-sapiens-sapiens e homo-faber, modificamos a natureza e nos modificamos junto com ela. Transferir é coisa de máquina, de processo industrial, não se aplica em sua plenitude a seres humanos.

A teoria antidialógica é característica das elites dominadoras. Para que o diálogo se tudo está tão bem , pensam as elites, se todos estão cumprindo perfeitamente suas funções sociais, nada mais justo que o diálogo não seja um recurso utilizável.

O ato de unir para a libertação é contrário à vontade da classe dominante, por isso torna-se tão difícil. Quer queiramos, quer não queiramos a elite tem um poder incrivelmente destruidor e utiliza esse poder contra quem não tem como se defender, pois lhes foram negados, por meio da alienação, até mesmo o pleno uso de suas consciências.

Manipulação é uma das características da teoria da ação anti-dialógica. Assim que se dividiu o processo produtivo entre os que pensam e os que executam a produção e que se estabeleceu que quem pensa é mais importante do que quem executa, desde desse momento lança-se mão da manipulação para a concretização dos interesses dos dominantes em detrimento dos interesses dos dominados.

A concepção bancária de educação é instrumento da opressão, pois: 1 – fortalece o sistema capitalista; 2- aliena os educandos; 3 – é utilizada pelas elites contra os dominados; 4 – impede o livre pensamento dos educandos; 5 – utiliza-se a educação como um modelo de cooptação ao neoliberalismo; 6- não se utiliza ações libertadoras da opressão vigente; 7 – ela é mais um Aparelho Ideológico do Sistema (não mais um Aparelho Ideológico do Estado, pois até nisso, o Estado é mínimo).

A contradição problematizadora e libertadora da educação se dá quando ela atende a uma ou outra classe da sociedade: se o objetivo de quem detém os meios de ensino-educação é alienar uma educação problematizadora e libertadora nunca irá acontecer, mas se, ao contrário, a educação é vista como uma ‘revolução a longo prazo’ aí sim ela se torna verdadeiramente problematizadora e verdadeiramente libertadora.

O homem como ser incluso, consciente de sua inclusão e o seu permanente movimento de busca do ser mais e não do ter mais (como prega o capitalismo). Isto é educação que vence a opressão! A pedagogia do oprimido é libertar-se a medida em que se torna consciente de sua opressão.

Nesse sentido podemos chegar, junto com Paulo Freire, a seguinte conclusão: ‘Ninguém educa ninguém , ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo’.

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FERIRE , Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de janeiro. Paz e Terra: 1987

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